sábado, 11 de abril de 2009

Sobre a Cruz e o Vinho

Quanto mais eu penso, mais percebo que a única contribuição que o homem pode dar no plano da salvação é o pecado! Isso mesmo. O pecado. É a nossa parte no plano da salvação. Porque não há outra coisa que possamos oferecer. Não há méritos para apresentar em nosso favor. A única coisa que temos a oferecer são nossos maus hábitos.

Estou dizendo isso porque me lembrei do primeiro milagre de Jesus. Em um casamento em Cana da Galiléia, Jesus e Seus discípulos foram convidados. Ele está iniciando Seu ministério e precisa mostrar aos Seus discípulos quem Ele realmente é. Num momento crítico da festa, quando o vinho se acaba. Não entendemos isso direito no ocidente do ano de 2009, mas no período ocorrido seria uma grande tragédia faltar o vinho no meio da festa. Jesus então, ordena que coloquem vinho em alguns vasos, e servir a água para o mestre-sala. Ao ser despejado no copo, a água não era mais água. Era o melhor vinho que aquele homem havia provado. Depois de muita festa e muito vinho, é de se esperar que ninguém mais tivesse paladar suficiente para perceber o sabor de um vinho. Por isso, era hábito guardar o melhor vinho para o fim. No entanto o mestre-sala se assusta ao perceber, depois de muito consumo, que aquele vinho era o melhor. E ele exclama com assombro a respeito do cuidado do noivo em guardar o melhor vinho para o fim. Mal sabia ele, que aquele tinha sido o primeiro milagre de Jesus. Presenciado apenas pelos servos da festa e pelos Seus discípulos.

Mas o que isso tem haver com a cruz? Se você ler Lucas 23:36 e João 19:29, vai reparar que na cruz, Jesus sentiu sede. Os soldados ao ouvirem as palavras de Jesus “Tenho sede!” molharam uma esponja na ponta de uma lança numa substância identificada no português como “vinagre”. Entretanto, a palavra grega utilizada ali é “oxos” que não quer dizer “vinagre” como o conhecemos, mas identifica uma bebida que os soldados tomavam e carregavam consigo. Uma mistura de vinho e água, ou vinagre e água. Resumindo bem, um vinho vagabundo que os soldados bebiam. Um tipo podre de vinho.
Ellen White chama no Desejado de Todas as Nações de poção entorpecente, mas Jesus a recusou assim que provou. “Não aceitaria nada que Lhe obscurecesse a mente. Sua fé devia ater-se firmemente a Deus. Essa era Sua única força. Obscurecer a mente era oferecer vantagem a Satanás” (DTN p.p 528). Até o último segundo o inimigo o tentou.

Mas sabe o que mais me impressiona nessa história? Que enquanto Deus desce e nos dá o melhor. Nos oferece o melhor vinho. Em Seu momento de dor e sede, nós O oferecemos o vinho mais vagabundo! Oferecemos um mal maior que o alivio necessitado. Oferecemos o que nós temos a oferecer.... nossa podridão. É só isso que podemos Lhe dar.

Ellen White também afirma que a maior dor de Cristo não está na opressão da morte de cruz, nos sangramentos ou nas feridas. Mas em ver o quão enorme é o nosso pecado, como ele nos torna cegos, escravos. Os anjos se admiravam ao olhar para esta cena, porque em todo aquele sofrimento Ele se recusava a pensar em Si. Pensava apenas em nós!

Em que você pensa?


Pr. Diego Barreto [http://www.contextomoderno.com]

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