quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Programado para crer"


Este é o título do artigo publicado na revista Super Interessante de Maio de 2009. O artigo nos informa que pesquisadores do Instituto de Saúde dos Estados Unidos comprovaram por um novo estudo que “o cérebro humano já nasce predisposto a acreditar em Deus”. Diz mais, “a fé não é opção pessoal nem chamado divino; é uma tendência biológica”. É claro que tudo isso é posto, tanto no artigo da super como na pesquisa, como obra da evolução das espécies em milhares de anos.

Eles perceberam que a parte da estrutura cerebral que é responsável pela “teoria da mente”, é ativada quando as pessoas pensam em Deus. Ou seja, a mesma estrutura física do nosso cérebro que é acionada quando nos simpatizamos com alguém ou temos empatia por alguma pessoa, é ativada quando pensamos em Deus. Sem essa estrutura não seriamos capazes de viver em sociedade e seriamos uma “multidão de psicopatas”. Mas é essa mesma estrutura responsável pelas complexas relações sociais que é responsável também pela nossa fé. E tanto um crente como um ateu a possuem. Talvez seja por isso Jesus tenha dito: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração...e ao teu próximo, como a tí mesmo” (Mt 22: 37-39). Deus programou nosso cérebro para se relacionar com Ele e com as pessoas da mesma maneira.



“Acreditar está em nosso DNA” diz a revista.“Se um grupo de crianças fosse deixado numa ilha deserta, elas acabariam se tornando religiosas” é o que diz o psicólogo Justin Barrett, da Universidade de Oxford. Ele é o responsável por uma polêmica pesquisa que ainda não foi concluída a respeito de porque algumas pessoas crêem e outras não. Mas arrisca um palpite “As pessoas não escolhem acreditar ou não; elas nascem acreditando. As crianças são propensas a acreditar na criação divina. Já a idéia da evolução não é natural para elas”. A revista conclui dizendo que “é como se você saísse de fabrica com um cérebro crédulo”.

Essa notícia pode ser boa ou ruim para crentes e ateus, dependendo do ponto de vista. Alguns ateus vão ignorar o fato de que se Deus existe e nos criou essa estrutura cerebral faça sentido. E usarão isto como argumento para a teimosia da espiritualidade em não desaparecer em vista dos argumentos “científicos”. Outros ateus, podem acabar por perceber que isso pode ser a demonstração de uma mente por trás da nossa. Preocupada em se comunicar conosco em Religar-se (significado do termo Religião) conosco. Por outro lado, alguns crentes ficarão felizes por perceber a mão de seu Criador em sua estrutura cerebral. Mas outros ficarão chateados pelas suposições cientificas de que isso não passa de uma estrutura fruto da evolução. O fato é que qualquer um dos lados pode usar essa informação a seu favor como argumento.

Para mim, isto é apenas mais uma evidência da criação do homem por Deus. Mais uma evidência dos argumentos que C. S. Lewis discutia com Freud. Pra mim é a prova cientifica do “Consensus Gentium”. Todos os povos tem uma religião, todos nascem predispostos a uma religião, ninguém nasce ateu. E isso faz mais sentido para a crença em Deus do que para a crença na evolução. Segundo a teoria da evolução os mecanismos desenvolvidos são para vivermos melhor e a seleção natural se encarrega de eliminar tudo o que é obsoleto e inútil. Não faz sentido a crença obsoleta em um Deus que não existe. Não faz sentido que o nosso DNA carregue um elemento tão importante na nossa cultura humana, que seja apenas inútil e fictício. E sim eu creio. Sou normal. Entretanto reconheço com isso, que Deus embora tenha nos criado para crer. Nos garantiu a liberdade, mesmo não crer nEle, nos é possível, ainda que seja antinatural. Essa pra mim é a maior evidência de um Deus de amor. Não impõe. Mas se revela. Isso me lembra um dos textos de C.S. Lewis que eu mais gosto; “"...o irresístivel e o indiscutível são as duas armas que a própria natureza [de Deus] o impede de usa-lás. simplesmente sobrepor-se à vontade humana (o que Sua presença certamente faria, ainda que em seu grau mais ínfimo)seria inutíl para Ele. Ele não pode arrebatar. pode apenas cortejar".

Pr. Diego Barreto [http://www.contextomoderno.com]

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