quinta-feira, 19 de março de 2009

O Povo da Espera

Somos sem sombra de dúvida, reconhecidos há muito tempo como o povo da espera. Desde 1844 quando um grupo de cristãos reunidos nos EUA marcou a data para a segunda vinda de Jesus, a primeira coisa que fizeram foi esperar. Desse grupo saíram os pioneiros do Adventismo. E daí veio o nosso nome, Adventistas, são aqueles que "esperam" o advento de Cristo.

E de lá para cá, seguimos o movimento dos discípulos, que desde o dia em que viram Jesus subir numa nuvem aos céus, "esperavam" seu retorno. Nós hoje, também, aguardamos esse dia. Será?!

Não é preciso uma mente genial ou um relatório cientifico para notar que nós temos nos profissionalizado em "esperar". Essa parece ser a única atividade realmente cristã que estamos praticando com eficiência. Esperamos sempre. Inclusive ao custo de nossas ações. Quantas vezes não encontrei igrejas paralisadas a espera de algo que julgavam ser essencial antes de agir? Esperamos um bom pastor, esperamos o fim de uma obra, esperamos dinheiro, esperamos recursos, esperamos liderados motivados, esperamos por milagres, esperamos o pentecostes, enfim, esperamos sentados.

Somos o povo da espera e do advento, mas o que estamos realmente esperando? Se a profecia bíblica nos diz que a pregação do evangelho alcançando o mundo inteiro é sinônimo perfeito de volta de Jesus?

Embora carreguemos o termo "espera" em nosso nome, está na hora de não esperarmos mais. Pelo menos não da maneira que temos esperado.

Pare e pense em todas as eras do cristianismo, até mesmo durante a estada de Jesus aqui na terra, todas as gerações imaginavam que a sua geração seria a ultima antes do grande dia da Redenção. Digo mais, antes de Cristo vir a Terra havia um movimento de espera por Ele. Deus sempre nos manteve na espera do grande dia da Salvação. E isso foi muito importante para nós. Sem essa constante esperança (palavra derivada de "espera") nossa fé haveria morrido e se apagado. Teríamos desistido e esquecido. Mas a chama da esperança queima desde Adão e Eva. Caim, o primeiro filho do casal, tem na raiz de seu nome a palavra "Salvador", porque eles achavam que Caim já seria o prometido. É como aquela famosa figura motivacional de uma cenoura pendurada a frente de um coelho. Embora ele não a alcance, a cenoura está sempre se movimentando em sua direção. A única diferença é que na vida real um dia alcançaremos o objetivo.


Deus colocou diante de nós a espera pela sua segunda vinda para nos manter sempre em MOVIMENTO, em AÇÃO. E não parados esperando. Ellen White diz em um de seus famosos textos que Jesus adiou a sua vinda pela nossa falta da "verdadeira piedade". E o que é isso? Ela mesma responde: A verdadeira piedade é medida pela obra realizada. A profissão nada é; nada é a posição; um caráter semelhante ao caráter de Cristo é a evidência que precisamos apresentar, de que Deus enviou o Seu Filho. Beneficência Social p.p 37.

Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Eventos Finais, p.p 189

Só vivem para Cristo e Lhe honram o nome os que são fiéis ao Mestre, buscando salvar os perdidos. A verdadeira piedade forçosamente há de traduzir-se naquele ardente anelo e diligente esforço do Salvador crucificado, para salvar aqueles por quem morreu. Quando nosso coração tiver sido enternecido e submetido pela graça de Cristo, quando arder com o senso da bondade e do amor de Deus, o amor, a simpatia e a benevolência dele se derramarão espontânea e ternamente sobre os outros. A verdade exemplificada na vida há de, como o fermento oculto, exercer seu poder sobre todos os que com ela entrarem em contato. Testemunhos Seletos Vol2, p.p 249

A espera sim! Parados nunca! "Ora, vem Senhor Jesus" não são somente palavras, é ação.

Pr. Diego Ignacio Barreto [http://www.contextomoderno.com]

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